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Colunistas  Marco Antonio de Tommaso

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Beleza & saúde

Detalhes sobre o colunista

Data: 04/02/2006

Título: Gisele e a síndrome do pânico

Os meios de comunicação de todo o mundo noticiaram que Gisele Bündchen está com "Síndrome do Pânico". Sustentam que a top apresenta "claustrofobia", tendo, inclusive, rejeitado compromissos.

O que é a "Síndrome do Pânico", cientificamente chamada de "TRANSTORNO DE PÂNICO"? É algo que qualquer pessoa pode ter? Certamente, Gisele é a mais famosa modelo que se supôs ser portadora da síndrome. Porém, no dia-a-dia, atendo diversas modelos menos famosas que foram acometidas. Conheço outras que não procuraram ajuda a tempo e isso lhes custou a própria carreira.

Leia com atenção. 80% das crises de pânico são desencadeadas por estresse e haja estresse na profissão de modelo! As drogas representam outro enorme fator de risco. Desde os "energéticos", na realidade estimulantes do sistema nervoso, até, evidentemente, as drogas ilícitas.

Acomete, principalmente, mulheres (2:1) no final da adolescência e início da juventude, mas pode ocorrer em qualquer idade.


O que é transtorno de pânico ou "Síndrome do Pânico?".

A pessoa está numa situação de tranqüilidade. Em casa, vendo TV, lendo ou conversando com amigos. De repente, "aquilo" VEM! Uma sensação horrível de terror, vindo aparentemente do nada, toma conta dela. O coração dispara, há sensação de sufocação, tontura, tremores, as pernas ficam bambas e ele acha que vai morrer, ter um ataque cardíaco, ficar louca ou perder o controle. Essa sensação terrível, das mais angustiantes narradas pelo ser humano, dura cerca dez minutos entre o inicio e o final. É o chamado ataque de pânico. Se esta pessoa apresentar um único ataque seguido de medo de ter outro ou se os ataques se repetirem ela desenvolve o transtorno de pânico.

Quais são as conseqüências do ataque de pânico?

Quem passou por uma crise tão assustadora, aparentemente sem causa, procura um "porquê" para aquilo. Pode associar à situação ou circunstância em que teve a crise. Se a teve guiando o automóvel, pode adquirir um medo irracional (chamado fobia) de dirigir carro. Passa a evitar para não sentir "aquilo" de novo. Só de pensar ou tentar guiar carro, dentro do nosso exemplo, pode ter outra crise, que "confirma" sua hipótese: "é guiando carro que aparece aquilo".

É...Mas coisa não para aí...O ataque de pânico verdadeiro, o de "dentro para fora", é aleatório. VEM a qualquer momento e em qualquer lugar. E a pessoa pode ser surpreendida por outro episódio de terror na biblioteca ou no elevador, por exemplo. "Então... é em lugares fechados e guiando o carro", pensa nossa vítima. E passa a fugir (evitar) de mais um leque de situações. Progressivamente, pode ir se confinando a ponto de não sair mais de casa. Adquiri "O MEDO DE SENTIR MEDO". E a vida se torna um inferno. Demissões, perda de emprego, rompimento de relacionamentos, abandono de estudos, abuso de drogas e álcool pra "aliviar" a tensão. O MEDO TOMA CONTA DA VIDA DA PESSOA.

O que faz a pessoa que tem a tal "crise de pânico?".

Habitualmente, corre em direção ao socorro daquilo que teve medo. Se tiver medo de ter um enfarte, corre ao pronto-socorro. Mas...Lembra-se? A crise dura no máximo dez a vinte minutos. Quando é examinado o médico afirma: "você não tem nada" ou "é nervoso", pois os exames nada revelam. Aí aumenta a tensão. E a pessoa pensa: "bom, então ele não quer me dizer ou porque o que eu tenho é muito grave e não tem cura". E lá se vai nosso amigo de médico em médico.

Como é o tratamento do pânico?

Sem tratamento, o pânico é altamente incapacitante. No tratamento são utilizados medicamentos para a crise de pânico, habitualmente antidepressivos, acompanhado de psicoterapia comportamental e cognitiva. Para as seqüelas do pânico, nos medos decorrentes, a medicação não atua. O tratamento de escolha é a psicoterapia comportamental e cognitiva. O mesmo se aplica ao trabalho necessário para reconduzir o paciente à sua vida normal.

Quais são as chances de recuperação no tratamento?

Apesar da gravidade dos sintomas, o pânico mostra bom prognóstico ao tratamento: cerca de 70 a 90% de recuperação. Mas o INMH (Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA) adverte que apenas um terço das pessoas que tem pânico recebem tratamento adequado.

Quais as conseqüências de pânico não tratado?

A pessoa pode ficar confinada à própria casa, incapacitada pelo medo. Pode perder o emprego ou ser demitida. Ocorre depressão, abuso de álcool e drogas, 14% a 20 % tentam suicídio. Os prejuízos são de ordem pessoal, profissional, social, podendo incapacitar a pessoa.

*Não sei se a noticia em relação à nossa top model é verdadeira. Mas se você tiver algum sintoma procure ajuda.

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