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Data: 19/08/2005
Título: Beleza: Uma questão de imagem e auto-imagem
"Beleza" é um conceito complexo, variável no espaço, no tempo e peculiar a determinada cultura. No mesmo momento temporal, os valores estéticos da cultura ocidental e de uma tribo africana são diferentes. O "belo" aqui pode ser o "feio" lá.
Vivemos a era da valorização da imagem e a mulher contemporânea busca a beleza com avidez. Se a estética é basicamente uma intervenção na imagem, a percepção e a decodificação do valor estético se dá ao nível de como a própria imagem é percebida e processada. Se houverem "vieses", lentes emocionais escuras, processos de ansiedade entre o indivíduo e sua imagem, teremos uma distorção da percepção da mesma. Como se, ao nos observarmos diante do espelho, existisse entre nós e o mesmo "lentes deformantes". Se ficarmos corrigindo somente o que supomos ser "uma imagem feia" e não questionarmos a avaliação que fazemos dela, fatalmente continuaremos a percebê-la "deformada". O erro não está na imagem, mas em como a vemos.
Quando a mulher, obstinadamente, passa a buscar uma imagem idealiza-da, não vincada na realidade, quando passa a sentir "defeitos" físicos que outros não vêm, inclusive especialistas, ou a exagerá-los quando existem, quando passa a sofrer por eles, prejudicando, inclusive, o funcionamento social, profissional, afetivo ou outros, é fundamental que tenhamos em mente que o trabalho a ser feito é também psicológico, habitualmente indo além da simples persuasão.
Vários fatores podem fazer com que avalie negativamente a própria ima-gem, como baixa auto-estima, sentimentos de inferioridade, ansiedade, depressão, estresse, insegurança e outros fatores psicológicos.
A importância do trabalho psicológico em nível de auto-imagem pode ser ilustrada no trabalho com modelos, onde mulheres geneticamente privilegiadas em termos de beleza, convivem, elas também, com índices elevados de preocupação acerca de possível "feiúra".
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