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Data: 27/08/2005
Título: Real Beleza: a beleza "real"
Quando atendo uma jovem com transtorno alimentar não posso deixar de questionar a influência que os meios de comunicação tiveram sobre sua idéia central de "perfeição física" que contribuiu para levá-la a esse quadro. A busca de um "ideal" de beleza, que nem ela sabe qual é, e que foi o desencadeante de um mórbido processo.
Parece que a cultura impôs a ela uma referência única, um único parâmetro e a fez interiorizar, via repetição exaustiva, um "ideal" que, efetivamente, nem ela nem ninguém possuem. Insistentemente, seus sentidos foram bombardeados com imagens utópicas dizendo-lhe "você não é assim! E, se não é, será rejeitada". Aos bilhões de dólares arrecadados pouco importa a saúde desta e de outras jovens. O padrão foi a ela imposto com a promessa da "terra prometida" da conquista, da felicidade, fortuna e da inclusão social! A chave da aceitação e da unanimidade.
A campanha pela "REAL BELEZA" da Unilever - Dove traz uma proposta extremamente coerente com um conceito de beleza saudável, acessível e democrática, conforme postulada pela área de saúde, que, no entanto, não dispõe da força necessária sequer para prevenção, infelizmente. Não posso deixar de me encantar diante desse conceito da DOVE, que restabelece o equilíbrio entre beleza e qualidade de vida.
Ao colocar pessoas bonitas e "normais", freqüentemente falando, sem negar a beleza das modelos, mais as conceituando não mais como "mais que", mas "diferente de" assume que a beleza do "padrão" é uma forma de beleza, mas não a beleza em si. Retira da beleza o caráter de "mito" e a coloca dentro do principio de realidade.
Em outras palavras, a DOVE propõe a beleza como algo a ser usufruído e não como algo a ser temido. Propõe o desenvolvimento de valores e a mudanças de crenças que permitam às pessoas uma visão crítica dos estereótipos vigentes e traz de volta a reflexão. O velho conceito de auto-estima, tão desprezado em nosso tempo, está de volta, resgatando a tábua de valores da mulher que se perguntará "é bom para mim?" antes de assumi-los como lei. A inclusão de outros critérios como auto-realização, cordialidade, felicidade, autoconfiança, empatia, trazem a beleza para o lado real e factível para seres humanos normais. Difunde a "beleza feliz", com imperfeições (porque não?), mas com todas as nuances de individualidade.
Enfim, a REAL BELEZA de cada mulher.
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