Depois de 5 dias de desfiles, terminou a semana de moda masculina em Milão
A moda italiana masculina não decepcionou as expectativas do mundo e apresentou-se no clássico desfile anual junino acompanhado dos 40° de Milão, onde exibiu as novidades pela temporada primavera/verão 2006/07.
Os desfiles se seguiram num programa muito rico de apresentações que começou domingo, 25 de junho e concluiu-se hoje de manhã, com o último estilista.
Milano Moda Uomo. Esse é o nome oficial da manifestação que ofereceu ao mundo da moda (imprensa, compradores, clientes e apaixonados) 5 dias de eventos, com um total de 118 coleções, 49 desfiles, 69 apresentações, distribuídas em todas as esquinas da cidade.
As maiores grifes do panorama italiano do prêt-'a-porter foram presentes, com exceção de Roberto Cavalli que preferiu desfilar na "Pitti Immagine", feira de moda ocorrida em Firenze (cidade de Cavalli) na semana passada.
Os craques do primeiro dia foram Dolce & Gabbana, Rocco Barocco, Missoni e Prada, que deram uma imagem masculina muito esportiva e moderna, inspirada na Copa do Mundo de futebol que está sendo disputada nesses dias na Alemanha.
Dolce & Gabbana aproveitaram o momento para apresentar seu novo livro, uma elegante coleção de fotos de toda a equipe de futebol italiana vestida, ça va sans dire, com ternos, camisas e sapatos exclusivamente made in D&G, incluídas numa capa azul com o símbolo da Federação Italiana de Futebol.
Rocco Barocco, na ambientação do Grand Hotel de Rimini, deu uma linha dinâmica, alternativa, mostrando um homem clássico que volta aos anos 60/70, mas que não esquece de ser atual e único, procurando um estilo pesoal, independente e que possa sempre chamar a atenção, com cores simples, claras e inovadoras.
Nesse primeiro dia foi também a volta de muitos estrangeiros a Milão: Jil Sander, Vivienne Westwood, Burberry (que brincou com jogos de espelhos e cores muito quentes), Ozwald Boateng (que não esqueceu de pôr um monte de areia na passarela e sim de ligar o ar condicionado, com a conseqüência de enlouquecer no apertado e fechadíssimo salão e sair todos molhados e suados pelo calor), Denis Simachev e Costume National Homme, com o badalado party de Gas que fechou a noite milanesa.
O segundo dia foi a vez de Ferrè, Emporio Armani e Versace, que revelaram o segredo da próxima temporada: a monocor, ou seja uma cor única para dar mais harmonia na imagem.
Curiosa foi a intuição de Versace, que desfilou no intervalo do jogo ItáliaxAustrália da Copa do Mundo, que foi transmitido num telão instalado no salão.
Interessante a proposta de Frankie Morello, que no seu "motel" bagunçado volta aos '80, música de Nene Cherry e ritmos de street-style, rap, hip-hop, homenageados da presença da top italiana Eva Riccobono.
Carlo Pignatelli contou com a presença da Maria Carla Boscono, que abriu o desfile. Cenário dessa vez é uma piscina africana, onde todo mundo teria gostado de entrar para suportar o calor infernal de Milão, e o homem Pignatelli é um explorador, um Ulisses contemporâneo que viaja pelo mundo e absorve e mistura as diferentes culturas enfrentadas.
Nas primeiras filas desse panorama mediterrâneo foi possível reconhecer a Miss Itália 2005 Edelfa Chiara Masciotta e umas celebridades da TV italiana, em particular do BB6, em busca de fama e fotógrafos.
Filippo Magnini, campeão italiano mundial de natação nos 100 estilo livre, desfilou para Byblos, que inspirou-se aos '70 com formas psicodélicas sport-chic e geometrias atualizadas.
Completaram o programa do dia Bottega Veneta, Antonio Marras, Alexander McQueen, Neil Barrett, Lindeberg e Les Hommes.
Valentino, que voltou nas passarelas de Milão depois ter desfilado em Paris, e os anos '60 de Gucci chamaram a atenção no terceiro dia. A sacola de jacaré, valor 20000 ?, foi sem dúvida a celebridade da coleção de Valentino, cujo homem é sempre viajante, e bem sabe que a maneira melhor para viajar é ficar sempre calmo e relaxado, com um pijama-look, vestidos confortáveis e camisas abertas.
Hóspedes do célebre estilista italiano foram Rupert Everett, enviado para Vanity Fair, e as maiores revistas internacionais, como Vogue América, entre outras.
Dirk Bikkembergs, dono de uma equipe de futebol amador, desfilou com os seus jogadores, enquanto Laura Biagiotti optou pelo campeão italiano de natação Max Rosolino.
Dsquared abriu de manhã cardápio de moda, que foi depois continuado com Gaetano Navarra, Alessandro Dell' acqua, John Richmond, Etro, Daks, que teve a idéia de apresentar-se no lounge-bar do exclusivo Hotel Principe di Savoia, Gazzarrini e Miharayasuhiro, que escolheu um estilo muito simples, arte abstrata e música tocada ao piano, com um ritmo muito lento e triste.
George Clooney assistiu ao show de Armani, na quarta, feito de elegância e cores muito detalhadas. D&G decidiram para um homem apache-indiano, enquanto Iceberg inspirou-se a Andy Warhol e a Factory dele, contaminação artística. Fendi, Trussardi e Calvin Klein mudaram esse tema, fazendo proposições sem muitas variações, com linhas direitas, cores claras, materiais limpos e formais.
Enrico Coveri, Moschino, Belstaff, Miu Miu e Giuliano Fujiwara completaram o dia 4, enquanto M+F Girbaud, única maison programada na manhã de hoje, terminou a kermesse milanesa.
Em conclusão, foi uma temporada muito corrida, devido às escolhas dos estilistas maiores, que preferem concentrar-se em poucos dias em lugar de distribuir-se com mais calma em mais dias.
A Milão sufocada dos 40° que acompanharam essa semana de moda passa já o testemunho a Paris, marca encontro com as magias da moda feminina o dia 23 de setembro de 2006 e com a masculina invernal o 14 de janeiro de 2007, quando provavelmente, como aconteceu nessa temporada, mais da metade dos modelos presentes era brasileira, carioca e paulista em particular.
Site de referência: www.cameramoda.it
Fonte: Texto do jornalista Andrea Celentano (Milão) revisado pelo Assunto de Modelo
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