O Diabo veste Prada, ao cinema 2006. Prada, ao contrário, veste anos 40, lembrando Billie Holyday, a estrela negra do jazz. A Senhora Miuccia gosta da beleza e da elegância, e não quer aceitar "o conceito do feio": por isso, coloca nas cabeças da sua mulher chapéus de muitas cores, estilo Carmem Miranda, e inventa rolhas de cerveja que se tornam paetês para vestidos de noite. O seu jeito de ser bonita é também "uma questão moral": saltos altíssimos, vestidos de trabalho que se tornam elegantes, cores verdes, amarelas, roxas. Mochilões coloridos aparecem nas costas, para tornar a mulher mais jovem, independente e alegre.
Uma menina "glam" e "diva", que mistura elegância e simplicidade, minissaias e trench, em uma imagem fresca e dinâmica, mas que não deixa de ser impecável. Rocco Barocco tem convidados: a mulher de espetáculo Elisabetta Gregoraci, que ficou famosa nesse verão por alguns feitos de prostituição ligados a trabalhos na TV, aliás namorada de Flavio Briatore da Renault, desfila com um vestido de correntes. A feminilidade de Rocco Barocco inspira-se nos anos 70, com estilo contemporâneo. O "rebelde" da moda apresenta peças em paetês, acompanhadas com top e shorts que viram hot-pants. Sandálias em tecido, cintos que se ligam a tules, o importante é ter as pernas nuas.
La Perla, a maior grife de moda íntima na Itália, convida a apresentadora ítalo-brasileira Gaia Bermani Amaral, Alessia Fabiani, Randi Ingerman, e outras "celebridades" da Itália. A mulher La Perla é "fashion icon", como Catherine Deneuve em "Belle du jour". Chique e muito mulher, nunca banal, maliciosa, gosta de ser desejada. O estilo é perfeito e sem inocência, com flores de chifon, vestidos compridos, flocos símbolo de fragilidade, com cores brancas, pretas e bege. O biquíni é de ouro, para colocar embaixo da parca de tafetá; à noite, o vestido é preto, com chifon e recamos, sem esquecer o salto de 14 cm.
Ladrões roubaram um modelo do seu cartão de crédito depois do desfile. Etro é todo de corrente, como lembra a música de filme de ficção científica (Star Wars). A mulher é sem tempo, sem referências, escolhe estampas de cachemire e bolsões de espelho como a lua, além do uso do branco, como em um planeta inexplorado. Para os acessórios, estampas paisley (um tipo de reprodução) que viram vestidinhos, com sapatos de salto muito alto (como os outros estilistas), pequenas flores da geração anos 80 e minúsculos casacos. Magda Gomes, brasileira que achou a sua sorte na Itália, aprova sentada perto da passarela.
Enrico Coveri é cheio de cores, como sempre. Rosa, fúcsia, paetês, ondas azuis do mar de agosto, sandálias de poás, a sua moda é eufórica, viva. O short dos anos 70 branco, vermelho, com flores, com paetês é o símbolo da coleção: para ele, "pink is life".
Bottega Veneta é luxo: o tamanho do casaquinho em pele de vitelo lavado em máquina de lavar é definido do ponto "smock" típico dos vestidos para criancinhas, enquanto os vestidos de noite em algodão seduzem com os cintos em pele.
O bom-tom de Moschino encontra a ironia: na sua coleção acha-se vestidos prontos para usar, até o joelho, tailleur em seda, camisolas com colarinho redondo, baby doll de S.Tropez. Estamos nos anos 50 e 60, como testemunham as bolsas com forma de coração, o vestido preto com um laço perto dos seios, as sandálias de salto altíssimo: glamour, chique mesmo.
Pollini by Rifat Ozbek é uma mistura de influências étnicas da Polinésia, com estampas "watercolors" e plumas que embelezam vestidos e cabeças das modelos. A mulher Pollini desfila com flores e folhas, com minivestido e bordados de ouro.
Paola Frani propõe ritmo e energia, vestidos compridos e tailleurs elegantes, calças transparentes, e, à noite, "legging" transparente com muitos detalhes.
Pierluigi Fucci mostra correntes em platinum de 70mil euros, Alberto Biani experimenta calças militares e bermudas, enquanto Marni e os seus saltos em madeira e a grife 6267 volta ao pop-rock anos 80.
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Fonte: Texto do jornalista Andrea Celentano (Milão) revisado pelo Assunto de Modelo
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