Segundo dia de desfiles em Milão, com 11 apresentações. Bar Rafaeli, namorada de Leonardo Di Caprio (depois da top Gisele Bündchen), foi a estrela da vez, desfilando no show de Clips, que a proibiu de desfilar para outras grifes até quarta.
O dìa quente milanês deu a maior vontade de descobrir as novas tendências do verão 2007, visto que a temporada de calor ainda não terminou.
Clips contou com a presença, além da Rafaeli, de Eva Riccobono, Filippa Lagerback (apresentadora de TV loira e sueca), o cantor Omar Pedrini com a sua esposa Elenoire Casalegno, e acima de todos a bela Juliana Moreira, primeira brasileira notada nesses dias de moda e nova estrela da TV italiana, onde estreou nesse verão dançando em um programa de "cultura" ("Cultura Moderna, Canale5). Para a paulistana, foi a primeira vez como celebridade na Milão Fashion Week: ela foi muito simpática com todos, sorrindo o tempo todo com o público de fãs e jornalistas que pediram entrevistas para ela. Aceitou tirar fotos e conversou, recebendo elogios dos italianos, sempre apaixonados pelo Brasil e suas belezas. Dá para ver que ainda não está acostumada com o status de celebridade.
A mulher Clips é dos anos 50, desenhada com os perfumes da primavera com peças a desejar como camisolas em voil ou um mais comprometedor vestido de noite. Feminilidade mostrada, mas nunca exagerada; sensual e sempre chique. Uma mulher que de dia coloca tecidos frescos (chiffon) com estampas animais e com flores, com camisas elegantes junto a vestidos para o dia.
À tarde, pelo contrário, casaquinhas com révéré bordado em tule e tecidos jacquard, saias com cintos em verniz inspirados no sul da França, bustiê em tecido costurados com paetês que valorizam os vestidos de cetim.
À noite, è a volta do mediterrâneo, com as suas cores lindas como o verde-esmeralda, azul cobalto e fúcsia para os vestidos-jóia feitos de paetês ton-sur-ton e Swarovski.
Lorenzo Riva foi outro "big" do dia. Depois de uma brincadeira com a RAI2, a TV nacional, Riva mostrou peças com o glamour dos anos 40, reinterpretando em linguagem moderna o fascínio indiscutível dos velhos tempos, bem representado na nova estrela Scarlett Johansson em "The Black Dalia", filme que estreou nesse mês no Festival do Cinema em Veneza. Uma moda para uma mulher que quer ser diva todos os dias: vestidos pensados para cada momento, criatividade, técnica e vestibilidade são as palavras-chave.
Tecidos naturais para vestidos "passe-partout", com detalhes, matelassê ramage, bouclê de algodão para ensemble em branco, marfim e laranja, camisas "black and white", saias com rouches valenciennes, o verde chartreuse da noite: tudo isso é pouca coisa quando se fala do vestido de noiva final, vestido para a modelo espanhola Laura Barriales, que entra na passarela lentamente, sorrindo para todos (em particular os fotógrafos), para alguns segundos para ser admirada na sua majestade e imponência, coloca na mão o vestígio que ficaria no chão (e sobra também) e volta atrás, enquanto uma música que poderia ser tocada no Titanic ou em filmes dramáticos com muitas lágrimas deixa que tudo pareça o final de uma história romântica, talvez triste, com certeza que obrigue a chorar. Comovente.
Entre os hóspedes de Riva, muitas celebridades (ou que se presume ser) italianas, em particular a Alessia Fabiani que foi flagrada nesse verão flertando com o jogador de futebol Bobo Vieri.
Fisico, grife de biquínis e beach wear de Cristina Ferrari, voltou como sempre na edição de verão de Milão Moda Mulher. A estilista inspirou-se nas rainhas da praia de St. Tropez dos anos 70 e suas modelos desfilaram acompanhadas dos ritmos quentes do rap-hip-hop de Marcelo D2.
"Bitch (sublinhado) but snob": esse é o imperativo escrito com caneta de feltro em caracteres enormes no backstage, antes do ingresso na passarela, destinado às modelos com crises de identidade caso não lembrassem a inclinação sexual delas, que afinal é o que permite a elas fazer esse trabalho divertido, com a possibilidade de viajar pelo mundo e, às vezes, ganhar muito.
As praias de Saint Tropez, onde a mulher Fisico é dominadora de um lugar de prazer, rainha e não só sereia do beach-mood. A grife usa estampas com abismos marítimos e estampas como os peixes, as bolhas, as algas, com cores como as cubana, o ébano, o ametista, o verde nascene, o rosa petúnia (flor).
O acessório é divertido, com correntes e charmes e óculos em tartaruga até as bolsas e os chapéus em ráfia. Anos 70, então, quando a mulher fica no iate como fosse a sua casa e a praia como fosse o salão de casa. E a personalidade dela aflora: o jeans vira beach-jeans, o denim vira glitter, o biquíni é feito de paetês. Na seção esporte, a grife propõe a nova parka (calça) de praia, versão glam em lamê dourado.
Pelas expectativas, e nota-se que a estilista apaixonou-se pelo Brasil devido a uma viagem em que descobriu as cores quentes e os biquínis sensuais dessa terra, esperava-se mais referências ao país do samba, além da música que deu ritmo ao desfile todo.
Kristina T oferece a sua "passion-fashion", com símbolos de paixão, fantasia e liberdade como colares e pulseiras. Para ela, "os símbolos são importantes, ainda mais nessa época sem identidade cultural, quando a moda é estragada para uma tendência desagradável, confundida com o sex appeal". O objetivo dela é "mostrar a moda Italiana, com estética bonita e sedutora, feita com boas maneiras.
Um estilo entre o chique de Virna Lisi (actriz italiana) e o hippie elaborado de Françoise Hardy, roqueira". As linhas da coleção revelam a vontade de ter liberdade: grandes e leves nas camisolas, para uma mulher chique que mistura peças espalhadas com jeans hoje e com românticos vestidos de noite amanhã.
A marca KT é costurada no entre deux de renda (dois lados)no interior de bolsas, camisolas e top Dessous (blusinha feminina), decorados com corações de dentelles. O símbolo da "maison" some embaixo das camisolas, ou revela-se se vestidas ao contrário.
A bolsa Boudoir do verão 2006 é substituida por Lola, mesmo nome da filhinha dela que nasceu poucos dias atrás. Pela noite Cherie, bolsinho em avestruz. Quanto aos cintos e sapatos, os saltos de 8 cm estão nas botas e sandálias em cetim limpado com plataforma, e os cintos têm materiais como denim e correntes, em pele e avestruz, para tornar os vestidos mais românticos, porém atrevidos.
Mila Schon prefere uma feminilidade sem estereótipos, como Florinda Bolkann, atriz brasileira: uma beleza longilínea forte, moderna e desinibida, fascinante e elegante.
Luciano Soprani escolhe uma elegância autêntica, com peças pregadas. A sua feminilidade tem pesquisa no passado, com vestidos a boule e citações anos 60: o importante para ele é a afirmação como mulher. Afirmação que, para Roberto Musso, é alcançada com luz e procura dos detalhes: cores puras, detalhes gráficos, top em mousseline de seda preta e aplicações, colar de pérola nos pescoços e cintos.
Fecharam o programa do dia a espanhola Agata Ruiz de la Prada, a grega Thes&Thes, Francesco Scognamiglio e Sonia Fortuna de Firenze, acompanhada da cantora Gianna Nannini.
Foto: Bar Rafaeli Foto: Andrea Celentano com Juliana Moreira
Fonte: Texto do jornalista Andrea Celentano (Milão) revisado pelo Assunto de Modelo
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